A sociedade brasileira acompanha pela mídia relatos terríveis de violência, impunidade e maus exemplos. Os veículos de comunicação são como espelhos do cotidiano a que estão expostos os cidadãos de bem em todas as partes do país. O tecido social dos brasileiros parece estar sendo esfacelado e reduzido a pó. Para mudar esse quadro é necessário uma conscientização coletiva e de ações que ajudem a minimizar esta triste realidade.
Não é difícil encontrar pessoas desorientadas e até professores desanimados com acontecimentos que revelam falta de ética, cidadania e educação, não só da sociedade, mas de governantes e representantes do povo nas casas legislativas. Parece que há um clamor geral por atitudes éticas, por uma postura verdadeiramente coerente, equilibrada e cidadã. De acordo com o Ministério da Educação, “aprender a ser cidadão é, entre outras coisas, aprender a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência; aprender a usar o diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da comunidade e do país.
Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos alunos e, portanto, podem e devem ser ensinados na escola.” Diante desta realidade, e sabendo que a escola é o local ideal para desenvolver práticas éticas e atitudes de cidadania, gostaria de sugerir que as escolas desenvolvessem um projeto para a criação de um Código de Ética da Escola, escrito e votado por professores, funcionários, mas principalmente por alunos. Estes devem ser completamente envolvidos no processo de criação do código, por meio de incentivos e muita motivação, a fim de que exerçam a prática da cidadania e o exercício da democracia.
Para isso, algumas sugestões práticas podem ser avaliadas para a elaboração do Código de Ética da Escola:
1. Estabelecer normas de conduta de forma coletiva. Ou seja, todas as regras e regulamentos devem ser escolhidos e votados por todos os envolvidos no processo educativo, sejam professores, alunos ou funcionários.
2. Estimular a criação de um grêmio estudantil, para que os alunos possam aprender a atuar e viver em uma sociedade livre e democrática.
3. Ajudar na composição de uma chapa para a formação de um grêmio de professores e funcionários, para uma integração e participação mais efetiva no ambiente escolar.
4. Conseguir a participação permanente dos membros do Conselho Escolar.
5. Escolher um tema para os projetos da escola e para a realização de pesquisas e estudos, sem perder o foco de toda ação educativa.
6. Desenvolver nos alunos o senso de responsabilidade, honestidade, veracidade e empatia para com os seus semelhantes.
7. Criar espaços para que a comunidade possa participar das ações comunitárias que a escola propuser.
8. Procurar sempre uma forma em que os conflitos sejam resolvidos pelo diálogo.
Antes de qualquer atitude, porém, é importante lembrar que a vida democrática não é construída em um dia nem por uma pessoa. Ela é estabelecida diariamente pelo exemplo, determinação e esforço de cada pessoa que participa ativamente do processo educativo no ambiente escolar. O Código de Ética da Escola, sem dúvida, vai auxiliar neste processo.
Eliel Unglaub
Revista da Escola Adventista
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