9 de maio de 2011

Professor: Agente construtor da ética


Sabe-se que a ética se preocupa com o comportamento moral dos homens em sociedade. Assim, em qualquer sistema educacional, os valores éticos devem permear aquilo que se procura ensinar. Essa responsabilidade é exigida não apenas no conteúdo do ensino, mas também como modelo e exemplo a ser seguido – a área de transmissão ética é ampliada para a vivência diária entre professor e alunos da escola. Ensinar e vivenciar a ética é, antes de tudo, uma verdadeira missão, especialmente para o educador cristão.

O efeito das palavras e atitudes do educador são claramente percebidos pelos estudantes com quem ele entra em contato. Neste sentido, é verdadeiro o antigo provérbio popular que diz o seguinte: “Seus atos falam tão alto que não consigo ouvir o que você fala.” Vê-se, portanto, uma íntima relação entre o ensino e a vivência da ética para a formação do caráter e da personalidade do aluno.

Segundo a educadora cristã Ellen G. White, no livro Conselho aos Pais, Professores e Estudantes, “os mestres têm a fazer por seus alunos mais que lhes comunicar conhecimento tirado dos livros. Sua posição como guias e instrutores dos jovens é por demais cheia de responsabilidade, pois lhes é dada a obra de moldar o espírito e o caráter.” Ele continua dizendo, que os professores devem prezar por um caráter equilibrado, maneiras finas, correção no vestuário, cuidado com os hábitos, bem como “possuir aquela cortesia cristã que conquista a confiança e o respeito. O professor deve ser aquilo que deseja que seu aluno se torne”.

Dessa forma, o professor que deseja realmente transmitir para os seus alunos algo essencial precisa, antes de tudo, cultivar o desprendimento, a generosidade, o altruísmo, a amor e a simpatia. Na prática, esses valores se traduzem por atos de gentileza, compreensão e compaixão genuína pelos alunos.

De acordo com o filósofo William Frankena, no clássico Ética, ainda existe outra preocupação importante. O professor atua na condição de agente que decide como agir em relação à ética e à moral. Cabe ao mestre levar o aluno a refletir sobre quem ele é, o papel que ocupa perante a sociedade e como suas ações interferem nos demais. Ele não é apenas agente da moralidade, mas também expectador, conselheiro, instrutor, juiz e crítico. E é nessa condição que os alunos avaliam os ensinos e as vivências dos educadores.

Sendo um professor cristão, as responsabilidades do educador se estendem à esfera espiritual, já que as Escrituras Sagradas expressam de maneira inequívoca a necessidade de ser o exemplo em tudo. O apóstolo Paulo em 1Tm 4:12 diz o seguinte: “Sê o exemplo dos fiéis na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza.”

Portanto, todo professor cristão é um verdadeiro educador, que deve falar, agir e atuar como representante dos princípios éticos e cristãos, tornando essa a sua verdadeira missão. Vale lembrar que ele deve agir assim não apenas no âmbito profissional, mas principalmente como ser humano responsável eticamente e também seguidor das verdades espirituais pregadas pelo mestre maior, Jesus Cristo.


Eliel Unglaub
Revista da Escola Adventista

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