4 de maio de 2011

Ensinando Ética em meio `a crise

Vivemos, segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, “a maior e mais grave crise da história republicana do País”. O conceito de honestidade, sinceridade e veracidade está em discussão em todos os cantos e, principalmente na mídia. Todos os meios de comunicação têm enfocado o tema em suas múltiplas facetas e constantemente trazido à tona o termo ética.

Diante da avalanche de informações, nossos alunos não são poupados e, mesmo crianças pequenas estão perguntando aos pais e professores o que significam termos como corrupção, propina, mensalão, e outros mais. Tem havido comentários mesmo entre colegas de classe sobre os últimos acontecimentos no cenário político brasileiro.

Com o acesso a todo tipo de mídia, os alunos são cidadãos mais informados do que muitos adultos, e vários deles estão interessados em saber informações consistentes e corretas a respeito do que está acontecendo em nosso país.

Sem poder negar a realidade dos fatos, como devem os professores adventistas agir? A meu ver temos pelo menos tres possibilidades:

1. Ignorar. Este é um caminho muito cômodo. Alguns professores pensam: "Este não é um problema meu. Não quero entrar no mérito destas questões. Política é sempre assim mesmo! Os políticos são todos iguais! Não adianta perder tempo com isto!"

Não discutir, não comentar com os alunos, não emitir juízo de valor, não é uma atitude correta. O professor adventista tem o dever moral e a responsabilidae ética de se pronunciar, de fazer defesa clara em favor da moral, da cidadania e da honestidade. Os alunos querem e precisam saber a opinião do professor quanto a estes assuntos tão relevantes. Afinal, a crise é grave e o professor não pode se omitir.

2. Crítica Negativa. Esta é uma atitude simplista, ou seja, fazer a crítica pela crítica. É fácil sair fazendo críticas em sala de aula, sem uma análise, sem um aprofundamento mínimo da grave crise que estamos vivenciando como nação. O aluno percebe o tipo de crítica que o professor está fazendo, por isso o professor deve ter cuidado de não incentivar a crítica negativa, pois ela não leva a nada, a não ser raiva, desilusão e desesperança. Além disso, este tipo de crítica, muitas vezes, revela pobreza de espírito e falta de conhecimento e de argumentos por parte de quem está criticando.

3. Crítica Construtiva. Essa é a crítica ideal. É aquela que aponta o erro e, ao mesmo tempo, ensina o que é correto. Comenta, analisa e mostra o caminho a ser trilhado.

A crítica construtiva é de fundamental importância para a educação e maturação dos seres em formação. Por seu caráter formativo, ela ajuda os alunos a ver não apenas o erro, mas também os acertos a serem buscados e alcançados como forma de mudar a situação vigente em nossa nação.

O professor, neste contexto, deve ser uma voz equilibrada e coerente, voz que denuncia e dá o exemplo. Aliás, exemplo é fundamental. É o que mais estamos precisando, nestes conturbados dias que estamos vivendo. E não nos iludamos, é exatamente isso que nossos alunos esperam. Nada mais nada menos que isso.

Eliel Unglaub
Revista da Escola Adventista

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