26 de abril de 2011

Jovens querem aprender ética na escola

Em uma recente pesquisa realizada pela empresa Voltage em seis capitais brasileiras, os jovens revelaram que gostariam de ter aprendido ética na escola. O estudo qualitativo teve o objetivo de verificar a percepção do grupo sobre cidadania e política. 

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, veiculador da pesquisa, os estudantes se queixaram da falta de espaço e tempo na escola para discussão dessas questões, revelando que isso acaba ocorrendo apenas em casa, quando ocorre.

A escola é um espaço altamente favorável para se ensinar e discutir ética, especialmente porque é um ambiente coletivo, tanto social como  cultural. A interatividade e a multidisciplinaridade inerentes ao próprio ambiente favorecem o ensino teórico e a vivëncia prática da ética no cotidiano escolar. Os alunos refletem em suas ações diárias o que aprendem em casa e na escola e isto torna-se um elemento educativo para toda a comunidade escolar.

Um outro detalhe importante revelado pela pesquisa, mostra que os jovens gostariam de ter mais exemplos práticos nos quais se espelhar, pois eles têm consciência de que não são tão bons cidadãos e gostariam de melhorar sua postura ética. Um deles chegou a afirmar que “estudar ética na escola é tão importante quanto português e matemática, o período escolar é justamente quando estamos formando nosso caráter”. Como podemos observar, os próprios jovens estão percebendo que há a necessidade de ensino prático e modelos vivos, os quais os estudantes possam seguir.

A mídia brasileira tem procurado mostrar aos jovens modelos que são jogadores de futebol ou atores conhecidos, especialmente para vender artigos e bens de consumo. Entretanto, não tem se preocupado em revelar jovens comuns em ações práticas de ética e cidadania.

Boas ações e boas práticas deveriam ser enaltecidas tanto em casa, como na escola e também na mídia. Isto ajudaria os jovens a ter exemplos práticos e modelos a seguir. É por isso que a educação adventista insiste em conscientizar seus professores de que eles são exemplo para seus alunos, e que estes os imitam mais do que eles pensam ou sabem.

Felizmente há muitas escolas adventistas que disponibilizam um espaço de tempo adequado para as discussões sobre ética e práticas cidadãs. Nesses momentos são feitos debates e discutidos problemas do dia-a-dia dos alunos. Os momentos gastos com essa prática se tornam altamente compensadores, pois os alunos estarão efetivamente sendo “formados em ética e cidadania”.

Um exemplo prático de como pode ser trabalhada a idéia de coletividade e respeito ao outro é a de um colégio que realiza assembléias quinzenais onde os próprios alunos determinam as regras a serem seguidas para si mesmos. Antes da atividade, eles completam três frases que dão origem ao debate:  “Eu critico...”, “Eu felicito...” e “Eu gostaria de discutir...”  Os alunos então participam da reunião, onde refletem sobre o que é certo, o que é errado e para quem é certo e errado. Os resultados são animadores e bem que poderiam ser imitados por muitas outras escolas.

Eliel Unglaub
Revista Escola Adventista

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